Bate papo com o sócio Luiz Sigiliano – O mercado de energia no Brasil

O mercado de Energia no Brasil é muito dinâmico e muda constantemente. O Mercado Livre de Energia é uma dessas nuances desse grande mercado em potencial que é o mercado de energia brasileiro. Quer entender mais sobre o mercado de energia brasileiro? Pensando em esclarecer suas oportunidades, desafios e principais mudanças, convidamos o Sócio Diretor das áreas de Marketing, Comercial e de Sistema de Gestão da Qualidade da Arion, Luiz Sigiliano para um bate-papo. Confira:

– Como você resumiria o mercado de energia no Brasil?

Até antes dos anos 2000 havia uma passividade grande no mercado de energia brasileiro de uma forma geral. Existiam as concessões de usinas e os consumidores recebiam essa energia através das concessionárias. A partir de 2000 foi que surgiu o Mercado Livre de Energia, o que já possibilitou alternativas em duas pontas: primeiro, a iniciativa privada agora poderia investir em usinas. Dessa forma, tivemos um número grande de usinas hidrelétricas que foram construídas. Com o tempo, começaram a surgir as eólicas, solar fotovoltaicas, dentre outras fontes. Na outra ponta, as empresas começaram a migrar para este novo mercado onde é possível negociar o fornecimento de energia. Descubra como empresas garantem benefícios no Mercado Livre.

Inicialmente, apenas os clientes acima de 3000 kW podiam migrar para o mercado livre. Depois de um tempo, esse requisito diminuiu. Hoje é preciso ter acima de 500 kW de demanda contratada ou somas de demandas da mesma raiz CNPJ que atinjam esse número. Hoje, praticamente 40% da energia consumida no país é no Mercado Livre. Isso representa uma grande mudança, sobretudo para os grandes consumidores, que puderam negociar diretamente sua energia e não ficar mais vinculados às tarifas das distribuidoras.

– Quais outras alternativas surgiram para dinamizar o mercado?

Desde 2012, um novo conceito surgiu, que é a Geração Distribuída (GD). A partir daquele ano, você pode gerar sua energia na sua própria casa ou empresa. Em um primeiro momento, foi possível fazer o auto consumo e o auto consumo remoto, o que significa que desde que você estiver na área da mesma distribuidora e tendo o mesmo CPF ou CNPJ, você poderia gerar energia em um local e consumir em outro.

Em 2015, as oportunidades se abriram ainda mais. Com a geração de condomínio, em empreendimentos de múltiplas unidades consumidoras, por exemplo, é possível  instalar os painéis tanto em um condomínio horizontal ou vertical e dividir essa energia gerada entre os condôminos. Já a geração compartilhada aumenta ainda mais o leque, pois, diferente do autoconsumo remoto, não é mais necessário que os consumidores tenham o mesmo CNPJ ou CPF. Essa modalidade permite, por meio de consórcio ou cooperativa, fazer a junção de empresas ou pessoas e compartilhar a energia gerada entre eles, mesmo que a energia esteja sendo gerada em uma usina distante dos locais de consumo.

– Como a Arion se posiciona diante dessas oportunidades na Geração Distribuída?

Investir na geração da sua própria energia é a melhor decisão para empresas e para as pessoas em suas residências. A Arion, através de sua marca Solarion, conduz o processo de ponta a ponta, oferecendo excelente resultados sem gerar dores de cabeça para os nossos clientes. Além disso, estamos muito atentos a novas oportunidades de mercado, e em breve, vamos lançar nossa primeira usina solar fotovoltaica. Esse projeto nasce com o objetivo de levar a possibilidade para iniciativa privada, principalmente empresas de Baixa Tensão, para elas receberem um desconto sem precisar fazer investimento.

Por outro lado, vamos levar também a possibilidade de investidores entrarem neste universo. No mercado há diversos grupos e pessoas buscando alternativas de investimento. Nesse sentido, o investimento em energia tem se mostrado a melhor opção, pois possui uma rentabilidade muito alta, é seguro e traz números significativamente melhores em comparação aos produtos bancários disponíveis no mercado. Evidentemente, por ser novo, traz consigo algumas dúvidas, por isso, a Arion se posiciona como parceiro para dar a segurança para este investidor.

– Retomando o assunto geral, quais são as principais características deste novo mercado de energia?

O mercado de energia no Brasil está em um momento de bastante transformação. Sobretudo no que diz respeito às questões regulatórias, que estão passando por algumas adaptações. Mas eu destacaria como ponto chave dessa transformação as mudanças do perfil do consumidor.

Como a energia sempre foi e cada vez mais se reafirma como um insumo fundamental dentro dos custos de uma empresa. Os olhares dos gestores e donos de negócio têm se voltado cada vez mais para a redução de gastos. Nesse sentido, percebemos hoje, principalmente nos grandes clientes, o surgimento da figura do consumidor ativo. Este cliente não é mais aquele que recebe a fatura no fim do mês, paga e se dá por satisfeito. Ele questiona, se informa. Busca entender onde, como e porque está gastando. Por isso, a Arion está bastante atenta a este mercado para oferecermos as respostas que estes consumidores buscam.

Ao pensarmos no Mercado Livre de Energia, com consumidores mais maduros, não basta hoje realizar a representação junto à CCEE. Tanto a Arion quanto outras empresas oferecem este serviço, mas esse cliente quer e precisa de mais do que isso. Mais atento às suas necessidades, ele está buscando o conceito de eficiência energética. Além disso, considera gerar sua energia, buscando entender as questões regulatórias, etc.

 
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– Como a Arion está se preparando para entregar soluções ao novo consumidor ativo?

Tendo em vista esse mercado cada vez mais ativo, a Arion já se adaptou para atender de forma plena aos anseios desses consumidores. Atualmente, já temos oferecido para nossos clientes e vamos ampliar para todo o mercado o que temos chamado de Gestão Energética. Esse conceito permite que a gente atenda os anseios do consumidor ativo.

Neste serviço, englobamos: a gestão no Ambiente de Contratação Livre (ACL); Eficiência Energética, para que ele realmente entenda os seus gastos com a energia e possa, por exemplo, gerenciar e cruzar dados energéticos com os de sua produção; a Geração própria, que pode estar incorporada no próprio processo produtivo ou através de diversas fontes – solar, eólica, hídrica, etc – sem que ele fique preso somente à energia contratada no ACL. E também, oferecemos o suporte em questões regulatórias, afinal, neste mercado cada vez mais pulsante, essas questões precisam cada vez mais de um assessoramento profissional e alinhado com as estratégias da empresa. Já com uma grande aceitação de nossos clientes, em breve a Arion colocará o completo serviço de Gestão Energética disponível para o mercado.

– Qual vertente do mercado de energia você destacaria como promissora?

O investimento em energia solar é realmente um caminho promissor. Possui menos exigências ambientais que outras formas de geração, é uma fonte limpa, com manutenção mais simples e de construção rápida, trazendo de forma imediata os resultados para empresas e pessoas físicas.

No entanto, é interessante reforçar que a Arion se posiciona como empresa que entrega a melhor alternativa para o cliente. Nesse sentido, não existe uma alternativa única, a solução para uma empresa X pode ser completamente diferente da Y. Além disso, uma residência exigirá um tipo de alternativa que será diferente da solução de uma grande empresa.

Com o estudo personalizado para cada cliente, levamos diversas soluções aos nossos clientes e temos conseguidos resultados realmente fantásticos.

– Quais os desafios que se revelam para o futuro neste mercado?

Este mercado é bastante promissor e igualmente desafiante. Pensar em soluções em energia num mercado tão competitivo é um diferencial que pode definir a sobrevivência de uma empresa. Se pensarmos, por exemplo, no caso de Minas Gerais, para os clientes da CEMIG, há uma expectativa de um aumento de 22,73% na baixa tensão e 34,41% para os consumidores de alta tensão ainda neste mês de Maio. Este aumento é “direto na veia”, em que o cliente não estará produzindo a mais e aumentará seus gastos com energia bruscamente. Para o planejamento de custos de uma empresa esse ajuste é muito sério. Por outro lado, quando conseguimos uma redução de custos na energia também é uma redução direta e imediata. O mesmo efeito é sentido pelas pessoas em suas residências.

Por isso, em um cenário de grandes mudanças, é fundamental que a ARION se posicione frente a essas mudanças. Além disso é preciso exercitar a capacidade de se adaptar e levar ao cliente a melhor solução para seu caso. Nesse sentido, empresas que reconhecem a necessidade de investimento em uma política de redução de custos com energia, saem à frente. Principalmente em um momento que ainda vivemos os efeitos da crise econômica e política no Brasil. Essas soluções melhorarão o resultado desta empresa, permitindo o aumento dos lucros e, consequentemente, solidificando sua permanência no mercado.

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