Entenda o reflexo do atual valor do PLD no Mercado Livre de Energia
Atualmente o mundo vive um momento de tensão em razão da pandemia do COVID-19, e, como tem ocorrido na maioria dos setores, também trouxe impacto ao Ambiente de Contratação Livre (ACL) e todo o Setor de Energia do país. Na quinta semana operativa de março (iniciada no dia 28 de março), o valor do PLD assumiu o mínimo de R$39,68/MWh e o mantém desde então.
Uma das razões é o período em que estamos no ano, conhecido como “úmido”. O nível em que se encontram os reservatórios do SIN (Sistema Interligado Nacional) faz a energia termoelétrica, mais cara, não ser tão acionada. A partir de meados de janeiro de 2020 e com a alta nos volumes pluviais mantidas em fevereiro, os níveis saltaram de 24,64% em 17 de janeiro para 50,54% no dia 18 de março, dois dias antes da declaração do estado de calamidade pública no Brasil devido ao COVID-19.
A COVID-19, por sua vez, tem participação ativa na queda brusca do atual valor do PLD. Enquanto em janeiro deste ano, o valor médio do PLD foi de R$327,38/MWh, o valor médio de fevereiro sofreu uma queda para R$154,44/MWh, devido ao alto índice de chuvas. Com a chegada da COVID-19 em março no país, pode-se observar uma redução nas atividades econômicas, levando ao patamar mínimo do PLD (R$39,68/MWh).
Com exceção de alguns setores, como o hospitalar e o alimentício, muitos sofrem grande impacto em seu consumo, chegando a reduções para além de 40% da média mensal. Somado ao nível mais adequado dos reservatórios no momento, o baixo consumo de energia no país reflete a queda no preço.
Uma evidência da preocupação dos órgãos regulatórios com o estado atual do mercado é o repasse autorizado pela ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) no valor de R$2,022 bilhões para o ACL e o ACR (Ambiente de Contratação Regulada). Desse valor, R$1,475 bilhão foram destinados às distribuidoras de energia e R$547 milhões foram destinados à CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica) a fim de realizar a divisão entre 7.166 agentes.
Um cenário de reservatórios em bons níveis e reduzidíssima atividade econômica pode levar a uma manutenção de baixos preços para o curto prazo por todo o primeiro semestre de 2020. O que virá depois? Entre em contato para conversar sobre essas e outras questões!
Se você ficou com alguma dúvida, gostaria de fazer alguma sugestão ou conhecer mais sobre nossos serviços, mande uma mensagem para nossa equipe no botão abaixo.
* Texto por Lucas Brito, analista no setor de Operações Energéticas e Fernando J.Marques, sócio e diretor de operações na Arion.
Leia mais: